Uma fazenda de clique pode parecer algo inofensivo, à primeira vista. Não é incomum vermos anúncios como “Assista a uma quantidade x de vídeos e ganhe dinheiro” ou “enriqueça curtindo x número de publicações por dia”. Até mesmo o TikTok tem o sistema de “pontuação” e “tarefas diárias”, na qual você pode trocar os pontos por dinheiro.
Nas redes sociais atuais, as métricas são a chave para todo o negócio, elas ditam como funcionam os algoritmos, como já explicamos nesse post. Números importam – e há quem esteja disposto a fazer de tudo para crescer, eticamente ou não.
Neste post, você entenderá o que são as fazendas de cliques e porque apostar nesse tipo de prática não é uma coisa boa.
Entenda o que é a fazenda de cliques
Uma fazenda de cliques, também conhecida como “click farm“, é um termo utilizado para descrever uma operação que se dedica a gerar cliques ou interações fraudulentas em anúncios, conteúdo online ou em redes sociais. Essas fazendas de cliques são geralmente compostas por uma grande quantidade de dispositivos eletrônicos, como computadores, smartphones ou tablets, que são programados para executar ações específicas, como clicar em anúncios ou curtir publicações em redes sociais.
O principal objetivo de uma fazenda de cliques é manipular as métricas de engajamento e popularidade de um determinado conteúdo ou anúncio. Ao gerar um grande número de cliques ou interações falsas, os responsáveis pela fazenda buscam aumentar artificialmente a visibilidade e o alcance do conteúdo, enganando algoritmos de busca ou plataformas de publicidade.
Os problemas das fazendas de cliques
As fazendas de cliques têm sido objeto de críticas e preocupações éticas, pois representam uma forma de fraude online. Elas podem distorcer métricas de desempenho, afetar a percepção da audiência sobre um produto ou serviço e prejudicar a concorrência justa entre anunciantes.
Além disso, essas operações podem envolver a utilização de contas falsas ou bots, que são programas de computador que simulam ações humanas. Esses bots são muitas vezes responsáveis por executar as tarefas repetitivas de clicar em anúncios ou interagir com conteúdo.
Mas além dos bots, o engajamento das fazendas de cliques também é gerado por contas de pessoas comuns, muitas vezes de baixo poder aquisitivo, chamadas de “trabalhador do clique”. Com a promessa de “renda extra”, esses usuários devem passar engajando para receber centavos.
Nessa reportagem do O Globo, em maio de 2022, foi revelado que uma dessas plataformas de vendas de cliques pagava R$ 0,01 por curtida no Instagram. Esse valor permanece, atualmente.
Porém, as ações são limitadas, então no fim do dia, o “lucro” é baixíssimo. O que leva os trabalhadores do clique a apostar em bots, criando contas fakes para poder realizar mais atividades em diferentes perfis.
Tem solução?
As plataformas e empresas de publicidade têm adotado medidas para combater as fazendas de cliques, como algoritmos de detecção de atividades suspeitas e revisões manuais. Essas medidas visam proteger a integridade das métricas de desempenho e proporcionar um ambiente mais justo para anunciantes e criadores de conteúdo.
No entanto, as fazendas de cliques continuam a existir, muitas vezes se adaptando e encontrando novas maneiras de burlar os sistemas de detecção. Por isso, é importante que as empresas estejam constantemente atualizando suas estratégias de combate a essas práticas fraudulentas.
Em resumo, uma fazenda de cliques é uma operação fraudulenta que busca gerar cliques ou interações falsas em anúncios e conteúdo online. Embora as medidas de combate estejam sendo implementadas, ainda é necessário um esforço contínuo para garantir a transparência e a legitimidade das métricas de engajamento na era digital.
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